domingo, abril 07, 2013

Roubo

A incessante remistura de sonoridades que me acompanha revolve a uma constante míngua de recriação, não de afectos, mas de formas e cores. Mais que perfeito torna-se presente, e fico escarvando os raios luminosos, como se de indulgência se tratasse.

Num ápice deixo-me estendida no chão, sem quaisquer acuidades, levando a melhor a imperceptibilidade da existência de algum senso em mim. Fosse só de mim este nexo, é de todos, de tudo, até das migalhas - tão exíguas como tão fundamentais - que se fundem no meu umbigo. Assim como me estatelei, fugazmente deixo de perceber, a visão aguça e borra-se, como se me encontrasse submersa numa solução viscosa. Retenho os toques de meampara os toques e me acaricia as omoplatas. Deixo-me ficar sem noção espaço temporal, quase que em transe – começava a ser aprazível…

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