sábado, julho 25, 2009

Clepsidra

Houve o taxista, a ucraniana, a ajudante de bordo, Alguém de cor. ‘desnascer de fora para dentro foram um simples erro’. Retornar aos rebordos de uma veracidade onde a mesma se incluía segundo a última. Oh, mas nas suas folhas se aninhavam e colhiam, natas pousavam mansamente entre o seu contorno e síntese, a demência corria ao invés do Tejo, embevecida por manhas de razões prescritas por ditadores e pescadores…

Há uma observadora escoltada por silhuetas. Os tachos, os talheres, prata, as vista alegre, copos de pé, vias para a rua acompanhando ingenuidade altruístas aos demais e algo joviais, escapas-me pelas paredes evaporando o tempo em oxigénio, frisando o pedido de submissão e vejo-me, resguardando-me a mim, costas volvidas. Já no solstício invernal… E já perdi sentido…. Idolatro as criaturas etéreas que me sobrevoam, articulando-se em prosa. Enrugado de tanta humidade, toca respirações descompassadas, parecendo vagarosamente…

Outrora houveram-nos, escassa sensação dum futuro existir, enquanto o relógio corria. Sem a limpeza do profissionalismo, a intuição incandesce exibindo-se irrealizável. ‘avoca a feição do teu ser’, disse, irrefragável acórdão de um boémio. Num suprimo à importância de pobreza, pouco servia o estímulo duma placa afixada na mesma parede guarnecedora, dita ancestral:” Clepsidra, relógio de água usado na Antiguidade, que media o tempo pela quantidade de água que se escoava de um vaso, De Klepsýdra, «relógio de água», pelo latim Clepsydra”.

Existirão mais do que simples transformantes, maquinadores da impressão e da sonância, contar-nos-ão esta constante fábula sem estima.

segunda-feira, julho 20, 2009

Desaparecimento temporal

Esqueço-me do que é correr sem dissipar, fugir penetrando o mais sórdido esquecimento, esbarrando em afogadiços, em sensatos superadores. ‘Furamos pelas mentes, avance…’, retribuindo agnosias de quem já pressentiu e reviu como se simples forjadores. Enquanto roem invadido, estacamos presentes noutro comportamento. Enquanto ruçam, ouvem-se chiarem e jugulamos, inutilizando-nos. Em condições anaeróbicas pouco falta para quietação, aberto à crepitante sensação, entrado a perturbação…

“Desta memória eu quereria dizer… mas ficou tão longe, mal relembro os seus olhos… eram, suponho, azuis… diz assim o poeta grego… e acertava em cheio… escreveu poemas sobre a voz e afinal perdeu-a…”

Desvanece-se o temporal espaço vero, e reencontram-se na confusão da angústia do relembrar, fundidos à primeira vista sem desacordos. A insuficiência alastra, estremecendo de braços aberto, ocupando a frustração de redenção compassiva criada num solfejo de sopros, abraçando a exactidão de sentimentos arrojados por uma possibilidade escassamente instrutiva a olhos beatos, e o preconceito de não ser última a dose…

sábado, julho 18, 2009

Hipopotomonstrosesquipedaliofobia




Hoje danço, amanhã reponho.

quarta-feira, julho 15, 2009

Reforma

Tacteei e hiper-ventilei, murmúrios envolventes a um ambiente de força colossal, ‘…a foz já é um fim e não tem onde ir nascer…’, seguindo instintivamente para um quarteto de violas, embalado em tecidos sedosos de lycra amachucados por leveza. Consequentemente num obséquio à rectilínea vontade, consumindo-me ao encontro de abismos, enquanto escorria num pensamento nérveo, sacudida de um impregnado de sentidos eufóricos, flamantes por estímulos, enquanto piso a sombra, já tacteei e não há que esperar, apesar de murmúrios que mortifiquem cobiçando o retaliado por pés e mãos, repudiando articulações desenhadas a luz. E quem quiser esmurrar o pressentimento, pregue, pregue a mais uma chance. Pedi que me corresse, sem haver quem assobia-se, quem condena-se o torcido tropeço, a dobrada do riacho e a sede de aparecer.Como é crer sem saber, quanto mais soletrar …

“Só há duas mulheres em todo o mundo: uma já morreu a outra está para nascer”

sexta-feira, julho 03, 2009

Ignis Fatuus

Dançam-se as incoerências, como que levitando numa inócua inexistência, um sôfrego de mentes desinibidas outrora ambiciosas, simplesmente ruidosas. Saqueada mais uma, única moeda de desassossego, e continuam a implantar-se à chagada de alvoradas. Só narração, sem respostas claras às gemas daquele que faz dourar o seu caixão e sem querer tropeça na razão. E se querem caminhar terão de se levar. “Com tantas guerras que travei, já não sei fazer as pazes”. Não delonga a dilatar, mentes a grifos sem saber no que tornar, e o vermelhão incandesce.

Dedo a mão, rouba que o faz e desenvolve o cansaço, abraçado a gumes afunilados, envolto em vinhos cozidos pela aspereza arrogante. Tachos e galheteiros, metais incandescentes nas suas frivolidades, gumes arremessados à incontinência do medo, madeiras farpadas ao depurante impulso, paredes raivosas embebidas na sua cólera, e ganhava a coragem. E de pesado aporto marchava mais um, uns quantos mais tarde. Embevecia-se à beleza incógnita à genialidade, terminante nos calcanhares, arranhando. Pegou em si, lutando uma vez mais, abalando-se.

Quilómetros, metros, milhas, pés, de que serviam quando não há confins. As rochas fundem-se em metalizados, entrelaçando ondas, rebolando entre iras.

Mais do que vaga sensação de memórias, um leve adocicado circulava e anseios descobria, por mal duma pobre teima.

quarta-feira, julho 01, 2009

Ouço, e esqueço. Observo, e recordo. Faço, e entendo.








"I’m not interested in how people move; I’m interested in what makes them move."



Pina Bausch. 1946/2009