sábado, novembro 21, 2009

A dissimulada e os roubados

Ela não que intercalar embora divague a dor de um medo que já não lhe pertence, e a lembrança duma juventude tão pouco impotente. ‘ Que me aconteceu? Espero que o resfriado não envolva a pena que te salvo’. Enrijeceu quando soube da partida de um outro, o roubado duma sucata do sul. Vagueou de cabeça baixa, Rum já tinha ido embora, não tinha quem dissimulasse escutar. Não tinha, até lá, a sensação de compreensão como água que escorre pelos vidros.
O pescador, morangos e o caranguejo do diabo. Amacacar o engodo do ego surpreso ao nojo.
Amachucar linhas de palavras, atirá-las ao ar e remenda-las, um vago acto mecânico levava-a a roer-se por dentro num culminar de palavras esdrúxulas. As pernas já descaíam para a esquerda (perfeita e estouvada), deixando-a desamparada.’Somos todos horas contrafeitas.’.
Num espaço de tempo absorto as luzes fluorescentes confundiam-se no amarelo deslavado envolvente, relevos autóctones alastravam a parede ate ao campo de visão deles. Num desplante, cortejam o que os sobrevoa, cercando-os de remorso. Permaneciam chávenas nas mãos, solidão que os invasores traziam, inerentes aos paradigmas que me riscam a cabeça afectada pelo cataclismo sentido na vibração de quem me vem roubar.

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