Fecha-se a porta ao ponto de rachar a ombreira. Vasculha o casaco de quáqui, até encontrar. Garganta cortada pelo vento gélido e frio que se fazia sentir antes daquela data inútil e comercial. Abre a lata com todo o cuidado, retira um cigarro e começa a impertinência uma vez mais. A cabeça, essa está livre. O fumo enche os seus jovens pulmões de uma sensação livre de espírito. Não há pensamentos, pelo menos decisivos para o que o persegue. Rápido, num movimento já habitual divisa as horas, notando que está, uma vez mais, atrasado. De nada lhe vale, pois nem um sermão lhe serve para alimentar o espírito de qualquer forma. A preparação para o que se segue é infinita, mas não trabalhada. Sente a sua veia derreter, enquanto o cigarro forma uma sensação calorosa, como a de um creme para aliviar tendões do esforço, enquanto apagava a sua chama em si mesmo.Entra sem partilhar qualquer palavra. Espera. 'Até quando continuará isto?'.Está desesperado.Até os companheiros de uma vida estão silenciados aos olhos deste escravo da comunidade.'Á noite todos os gatos são pardos'.Deixou-se cair na sua insignificância, esperando pela sua ajuda.Dirige-se á prateleira de revistas, vasculhando. A campainha soou no momento combinado pela mística Noah. Sempre com a sua avante sobre Deus, que conheceria o destino de todos nós. 'Será?'. i-D, Egoísta, Design ...Um zumbido entra pelo seu canal auditivo, formando uma sensação que parecia queimar o seu cérebro. Um flash de imagens e sons ecoa na sua cabeça, formando uma gigantesca enxaqueca. Fecha os olhos repentinamente. Repentina mente. Engole o mais intragável dos comprimidos para dissipar a sua dor. Silêncio...Abre os olhos e volta ao mundo, impávido. Olha para trás e capta algo que segue até ao café. Lá estava uma vez mais. O seu intragável, e sempre vencedor, orgulho não o deixava levar a sua avante. Pegou na Egoísta e deixou 20 euros em frente da ajudante ao balcão, sempre sem retirar os olhos da mesa de café, sem dar nas vistas. Pensou no que a poderia ajudar, se o problema em questão era pessoal, difícil de racionalizar. Embora para a sua companhia tudo fosse fácil de racionalizar, mesmo aquilo seria um problema difícil, nem as suas 'filosofias da treta' podiam ajudar. Desistir não é a solução dos problemas, mas evitar este conflito traz-lhe paz. Assim que o câmbio estava terminado, esquiva-se pela porta principal para não ser notado por almas e olhares alheios. O Espiritismo fundia-se com a ciência, embora a avida mística desacreditasse a ciência. Oh, sábia... Leva-o a crer desacreditá-la, embora ouvir as suas ideias seja delicioso.'Impossível, simplesmente.'. Física e Psicologicamente. Enquanto caminha pela calçada, espezinha acidentalmente um objecto de metal. Agacha-se para o apanhar, reparando nos seus trejeitos lapidados e bonitos. Símbolo da paz e da liberdade, esperança para aquele que a tinha encontrado por mero acaso. 'Na Bíblia está escrito que Noé libertou uma pomba para encontrar terra firme após o dilúvio divino, voltando esta com um ramo de oliveira no bico.'. Puro e livre. Será que Noah tinha razão? Prende a pomba de metal com um bico pintado de branco pérola á sua corrente, escondendo-a debaixo da camisola. Noah conhecia-ao. Sabia que evitar-se era raro, pelo que falariam mais tarde. Ao longe avistou um fumo branco, seguindo-o. Mística saberia que caminho percorrer.
quarta-feira, agosto 20, 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário