terça-feira, fevereiro 22, 2011

Lusitânia

Deixa remoída a sua raiz para ser engolida pela penumbra, ao desfalque dos seus só tem o plágio como resposta. Na volta sai sofrida, na mão já leva anca partida, sem deixar escapar um esgar dos lábios maneirinhos. Os choros catárticos pregoam-se-lhe nas entranhas da luz fria e da calçada escangalhada. A voz surge entalada por entre os muros tingidos de raiva, que no entanto se mantêm brancos e gelados numa recriação quase autómata. Os esguichos agudos circulam pelos fumos negros que se arrastam atrás de quem os expele. Estes, que se infiltram pelo seu subconsciente de forma simples e abrupta, teimam em levar as esquinas e contornar os cruzamentos, focando-se no movimento circular que é o pensar. E ao pensar deixam desabafar as correntes que se elevam, contraditórias, e desmascaram o enfadonho que é o seu ser.

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