domingo, janeiro 10, 2010

Pregos de Cetim

Toda a dissertação aproveitada em pausas que não se transformam, jactos de tinta esboçam mais do que o que a transfiguração deixa agitar. Espantosamente aficionada em sujeições populares recorrentes, deixa-se talhar noutros momentos que não os sabe sequer, entres varetas e paus que lhe aconchegam o espaço, uma dinâmica esborratada por veias de luz que escondem a sua face. A biografia escrita apenas numa linha sucinta, nem mesmo um pobre rodapé, daquela que se embriagava nas paredes azuis. O recorrente e cada vez mais audível batuque no ferro despertou o pânico de revirar uma vez mais os pés e trepar paredes num vento húmido e fluido, um romper de arames que a sustinham sobre o argênteo. Descamam-se os movimentos violáceos que regridem à mesma forma de acabar, nem uma única mutação quer permanecer. Ela pede mercês, virando a cassete que lhe entorna a pele sobre o cadáver, num conjunto um pouco roliço. Nem lhe batia, mas arrepiava as peles, e lá de dentro desencadeavam-se bolhas. Eram verbos os que a detinham em alucinações mais vezes fáceis do que deseducantes.
Ele adormece no canto mais sebento da própria perna, um cortejo mudo, depois de pregar a si mesmo os restos. Esqueci-me de que os cuidara, esqueceram-se de se lembrar, de vez em quanto espirram-me letras e já não tenho toque algum que espraia uma valsa nos borrões de vinho.

Sem comentários: