segunda-feira, julho 20, 2009

Desaparecimento temporal

Esqueço-me do que é correr sem dissipar, fugir penetrando o mais sórdido esquecimento, esbarrando em afogadiços, em sensatos superadores. ‘Furamos pelas mentes, avance…’, retribuindo agnosias de quem já pressentiu e reviu como se simples forjadores. Enquanto roem invadido, estacamos presentes noutro comportamento. Enquanto ruçam, ouvem-se chiarem e jugulamos, inutilizando-nos. Em condições anaeróbicas pouco falta para quietação, aberto à crepitante sensação, entrado a perturbação…

“Desta memória eu quereria dizer… mas ficou tão longe, mal relembro os seus olhos… eram, suponho, azuis… diz assim o poeta grego… e acertava em cheio… escreveu poemas sobre a voz e afinal perdeu-a…”

Desvanece-se o temporal espaço vero, e reencontram-se na confusão da angústia do relembrar, fundidos à primeira vista sem desacordos. A insuficiência alastra, estremecendo de braços aberto, ocupando a frustração de redenção compassiva criada num solfejo de sopros, abraçando a exactidão de sentimentos arrojados por uma possibilidade escassamente instrutiva a olhos beatos, e o preconceito de não ser última a dose…

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