quarta-feira, janeiro 19, 2011

Lo-fi

Acabo de sofrer o penoso relance da tua revolta. Não fosse ela planície mais vazia, talvez eu estivesse por aí. As circunstâncias não foram as melhores, nem mesmo as palavras. Os poucos soluços entrelaçaram a possibilidade de tu seres um composto nulo, vários, digo imensos, mas por agora atiro o meu nome. That’s ok, a tenra frieza ainda não se tinha desenvolvido, a inocência estava a nu e o meu pé estático. Tacteavam-se as coxas inchadas, lambiam-se as pálpebras do escárnio e da falta de sono. Não meço as semanas pela qualidade, mas pelas inevitabilidades. Acontece que a cólera é mais do que a indiscrição.

sábado, janeiro 15, 2011

Peso

Talvez, sendo esta apenas uma das possibilidades, os ecos dos teus gritos surdos afagassem os devaneios de te contactar uma vez mais. Não percebo a miserável vergonha, no meio do tanto que já fomos, um colectivo impetuoso. Os teus vultos de passagem pelos bancos manchados, ou a areia que já beijas-te, revolvem a minha vontade de te sacrificar. Porque não sei cantar a exactidão, mas que era merecida para ambos, isso sim. O sabor exulcerado dos teus caracóis impregna o miserável sucesso que me rodeia. E este espaço vazio que antes se ocupou da tua voz deixa-me escoriações nas costas, vergadas de subtileza, amassada em teu bel-prazer. E dizer-te, com a mesma ignorância com que me deixas-te nas tuas frases em que pensava “se to contasse não irias acreditar, mas, de qualquer forma, permanecer irrequieto não é assim.”. Que serias, uma vez mais, aquilo que nunca iria imaginar, que não me imagino a mim. O trabalho de umas semanas e a amnésia refrescam-se de ti, e das novas formas de cuspir no teu (pouco) peso. Já te soube entender, mas não me quero aqui. Nunca quis.