domingo, setembro 27, 2009

Inoportuna boémia

Papel vegetal é amarrotado. Ecoava o excitante rebobinar de fita, o rasgar os riscos, os tácteis continuavam, passos redobravam-se e gemiam-me a cabeça. O que pensar pode ser, talvez o insignificante ao invés do eficaz, não é mais que querer fazer algo a que a cabeça não deixa fugir mais. O enroscar numa promessa fingida que não é mais do que um mentira escarrapachada mas assim se quer que o seja, de qualquer forma não nos resta melhor que escorrer pela fechadura consciente, e a amálgama virgem explode numa brisa que já ninguém a sabe acariciar. Um fecho descose-se e remata amiudadamente, ouço passos ignotos que suspirando pelos degraus espiriformes vão. O que é ouvir os timbres da multidão senão o desabafo de toda a incoerência da existência? Assentar com o balanço de dois cristais e permitir-se que há vergonha, um já imposto cepticismo noutros e mediocridade, nada comparados à sensação de venda da consciência no regaço de um outro que não pretende mais que satisfação concupiscente. Não é simples a tortura de ser perseguido por avejões e rajadas, querer também pois não é digno não ser as fugidas relutâncias impostas estupidamente, e quem é a pregar meretriz se o pior também já o condescendeu? Decerto não discursar seria pelo melhor, pela frustração do outro, pela imbecilidade do que bufa calamidades. Continuemos então a seguir pela feliz falaz mediocridade que nos é regida por imaginários credores, engula-mos secos e deixemo-nos estar fendidos, aos cantos caídos, que os tempos idos confeccionam anacrónica esta puta.

terça-feira, setembro 22, 2009

7834

Embarca, é etiquetado por 4 dígitos não mais estéreis que o poder convencional colhido com as suas arcaicas mãos. Se na solidão se encontram enternecidos em esplendor, espojados em sofisticação estão os imóveis, as pernas dos móveis estalam, os braços guincham, e desprendem-se do inchaço nos calcanhares. ‘No fim de contas é a artificialidade barroca que nos compromete a embasbacar’. E, dizendo serem os primeiros pertences, corrompem a lama de seixos deteriorados pela glória. Fugidos do dourado solitário, pobre bronze que não é mais do que simples transgressão pesada, tal qual passos vosso, diziam. Prazenteiros, já algemaram o pensamento perdido hás cascatas, e na bela guerra rendem-se à escravatura. Não sabe a mais do que hortelã, açúcar dos denominados tónicos, inala a terebintina e enlouquece o desarranjo frio entre brechas brilhantes e frescas por onde o calor causa fulgor, e da liberdade de correr por mais ouviam-se as harpas ínfimas. Enquanto aquece mais do que pensa, a escorrer é espalmado contra furos e brechas, violando a quietude e perdendo a salvação. Ele queria-o assim, mas de qualquer forma não o cogitava claramente, apenas lógico num universo de inconsistentes. Haveria sítio mais obtuso a que pertencer?

domingo, setembro 20, 2009

Não quero escorrer nem fugir mas faz-me voar daqui mesmo que pegada ao vidro e observando. A facilidade da fuga não é nada mais que ela mesma mas o estorvo é o ego e nem ele o consegue cessar. Manchas de vapor aparecem e possuem me até às caras desconhecidas das quais jamais falarei ou usurparei ou decapitarei algo. Desisto à medido que as forças se vão e volta o pesar da luz, o queimar do álcool balança-me no estômago e repete o que eu renuncio. Os satélites libertam felinos para nós, um festivo e carnal instinto absorve a mente humana, qual a pena de rasgar moles tecidos vermelhos dos quais também ele é consumado senta-se e imagina esse mesmo rasgar deleitoso em mim. De tal a forma que pensava continuar a ser sereno, tornava-se um caos que me assolava as inquietações, moldava botões sensíveis e cobria seixos de cor no gozo de conseguir manter-se fiel, de lhe ser fiel, corrigir o que não se martela. Na sua insegurança vendia maçãs, os rapazes celebravam os 14ºs de mais mil descuidos, excluindo o futuro para um conto eterno e verosímil, uma diáspora de conhecedores, corressem esses ao homicídio do confessor. A sorte é suja e coxeia, a robustez já foge, as vozes acanham-se ao escurecer de outra concepção forte. Portadas fecham-se e a madeira estala de anos lentos, extraviados continuamos o controverso tido pela metade, e já os rapazes são casados.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Espectro

Talvez por unicamente restar uma esperança de uma calorosa desilusão, e por isso suavas tanto. É que o receio da vitória não é mais que uma utopia, e o verniz estalado calmamente se esconde. O receio da extorsão à vivacidade, tão parca que não a há para qualquer um, e à solução de ser tudo apenas mais uma alucinação de o medo aterrador de colar os pés na terra e deixar-se ouvir, e um mundo desenrolava-se assim que se deixava ouvir, uma incompreensão incontrolável que lhe cortava fôlego, um acento áspero que lhe rasgava a face que observa o fausto que tanto o puxa. A tentativa de uma explicação deixava-o mortiço nesta forma de reminiscência, pelo desdém que um completo ninguém lhe dava de mão beijada. Na impaciência de continuar diferente elevou-se numa multidão negra.

domingo, setembro 13, 2009

Anil

Inspiro. A exposição à vergonha de fugir a um passado que espreita o próximo caminho, a divergência de reflexões que no crânio se encontram tatuadas, o fugir a conceitos já escritos anteriormente, o medo de ser reconhecida, a sensação de abrir um feixe de luz de uma entreaberta, penetrar uma nuvem de fumo que arde na planície, combater quem não teme roubar as decisões, as sensações, os medos, indecisões de ser mais um fraco encostado numa parede que divide em dois o planeta. O combater de tudo isso confrontando a indecisão de pertencer a um outro século, o saborear das derrotas ainda presentes, os cheiros que respiro e apodrecem o interior, o toque do saber mais profundo, o conhecer de mais legiões e culturas, o fruto doce de perder, uma vitória ensanguentada, a ocasião de decidir o que de mal molda o espaço e o tempo, abraçar diferentes modos, manusear o arco e escutar. Ouvir os diferentes tons, os vermelhos e amarelos, um quente ambiente para mais um frio não o parecer. Os graves e agudos, desenhar os meios-tons por linhas curvas, e decidir. O reflectir em todo o envolvente e o inexistente, imaginar e criar o que não possuo e ver, ver por outras formas, saborear outras vidas, deixar de ser. Inexistir, morrer por dentro e voltar a voar, deixar o pouso e desenhar um céu roxo, voltar e conseguir caminhar. Não parar, sem nunca sair daqui. Movimentos involuntários que se formam numa dançam contemporânea, deixar-me invadir e não resistir. Retroceder e avançar. Sentir o correr do sangue nas veias. O que eu penso e não digo. Conseguir todos aqueles que não se mostram. O que começa com silêncio e desenvolve uma panóplia de vozes. Saber o fim. A repetição. A repetição de riscos já penetrados no plástico, a repetição do erro, a repetição do ardor, a repetição da contradição e da descoberta. O esquecer do que se escreveu, escrever simplesmente por rascunhar com uma caneta e redesenhar a ténue linha azul que escolhi para mim, demonstro aqui que não é só a confusão, é também o deitar tudo para trás e observar o já feito, deixar de ver para a frente e olhar para cima, tocar o anil com os olhos e expirar.
Porque este invólucro a mais ninguém mói.

Nulo

Desprezar o tosco abismo que nos escoltou torna-se inexequível, retornando-se há impossibilidade de agir conforme burocratas famintos. Resguarda-se a desonra numa ténue, uma interpretação gasosa que esvoaça ao menor respirar, a tertúlia deixa-se envolver por vapores e vaidades, consentindo com o remorso de um silêncio. Olhares que, sucessivos e dementes, facilmente se encontram na penumbra do solo, estéril protectora dos mortos que nos transporta mais uma vez ao antagónico. Enxergavam do que se podiam tratar por trapos constitucionais, contrariamente ao paleio absorvido pela nuvem de fumo, a mesma legitimada de liberdade. Bahira levanta-se e circunda o ilhéu do qual fizera pactos anteriormente, observando vorazmente o declínio e sentença de brilhantes, ou assim o foram para si. Milhares de seres desenvolviam-se por células unicelulares a seus pés, espezinhados pela âncora da serenidade. Um alaranjado seco entrelaçava-se num incompatível tom esverdeado, e ela movia-se cada vez mais paulatinamente, desenrolando o que fora a pior feita duma plenitude de literaturas imbuídas em si, uma estúpida farsa embora que proveitosa. Eu encontrava-me ali, obstruída pelo sol que se enxergava no cinzento que me conduzia. Seria aqui que a confundia, simplesmente a sensação de extorsão de pensamento, a simplicidade de um encontro de inconveniências e de um riso conceptual, do que fosse fácil de ver, talvez? Alguém de excelente postura arfava, continuando com o pesadelo. Abria me os olhos, já a lentidão se transformara: o vulto de uma aura, apagada como estava eu. Não havia secretismos, o que a confundia, a própria entendida e serva do termo. Uma mais evidente e má resolução extorquíam o entendimento, a plenitude de todas as razões, uma linha de dedução, tornando-a num penedo de base, rasgando réstias de impaciência que só ela criara, violando o verdejante céu num arranjo negro. E quando todos os olhares alçavam o céu numa realística viagem, entendia-se finalmente que o desespero não se pressentia, dado que esquecido não permanecia.

terça-feira, setembro 08, 2009

90 º

… E que brilhassem numa luminosidade tal que cegasse os remanescentes, as sobras sofriam a ignorância de permanecer intactas, durante partidas que caminhassem, garras aos olhos e forças tais, enfraquecidas por um desprezo cingido de eixos ocos, e enganosos olhares fugiam dum borrão ilusionista no qual caminhavam …

Pompas

Estudava o passeio, enquanto choramingava aos pés, a surpresa já passou, a decepção ainda nem veio. Descia ao articular pensamentos pelas mão que proferiam mediante um eu desprovido, uns vaidosos dissipavam seus leques escarnidos. Diziam-se folhas pela linfa, ainda que escurecendo penas daqueles que as arrancavam sem qualquer propósito satisfeito. Eles- os pavões,- choravam por dentro, hidráulica engrenada de nórdicos, rebentando vasos em manchas rosadas, deixando-se atropelar por intemporais insondados, observadores do mais elevado pico, regidos por um espaço focado no modo da penúria mental, equívoco ancestral que fazia de nós os mais desnudados. Numa elementar unissonância aguentavam-se, alvorando à nudez, deixando mais um fugido ao inimigo... A insipidez da própria lucidez tornava-se uma cavernosa forca. Só os uivos desabrochavam continuamente tímpanos a quem se mantia púbico. Recitavam as folhas o fim de mais um ciclo, despedindo-se pela míngua, interceptada apenas por um.
Único, conservava marca do que fora orgulho e luxúria pela única folha, ressequida por entre lama exposta. Enternecido pelo chapinhar acabaria, por fim, a quadra de um esquecido, um demente proferido génio pela irreverência.

terça-feira, setembro 01, 2009

Tu não queres mas de qualquer forma és regido por um mais certo comandante, um período que te fecha num impasse. E sendo tempo do espaço descendente, formam-se aliados ditadores.