Sou arrastada pelas costelas, sinto o fechar das minhas entranhas e, persistentemente, tento prosseguir o caminho do sono, sem sucesso. Agarra-me pelas costelas e cospe-me lanços de dor, uivando a minha solidão. Não o vislumbro, sinto calafrios nas pálpebras, recolho os membros e consolo-me com a glória e ignorância de dias anteriores. Espero até desaguar nas manhãs douradas, levando-me no embalo das areias e rochas porosas. Multiplico-me pelas fissuras e orifícios, estilhaço a minha existência pelos infortúnios do desgaste natural e desfruto a minha âncora.
Por vezes ainda me atiro das escadas, mas nunca o teu suplício fora meu.
quinta-feira, dezembro 01, 2011
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