quinta-feira, julho 28, 2011
Afogamento
Os vários cataclismos que me protegem tornam-se difusos no espaço longínquo em que agora me encontro. Deixo o corpo esmorecer à falta de nutrientes e emagrecer à luz da noite. O descanso aterra nas minhas coxas e deixa ficar a incompreensão e apodrecer a inutilidade. Revogo a renovação dos meus poros enquanto retorno aos mesmos hábitos, enquanto os sinto humedecer. Deixo agora que a água penetre todos os escombros que me cobrem, de tanta a grandiosidade só se salienta o ridículo. Deixo-a pesar, e ouso pender-me sobre a profundidade que me sustém, até me afundar em folhas de ouro e algas, num entorpecimento tal que se me começam a desmaterializar os membros em acanto e hortelã, numa fúria tal que todo os meu corpo se resume, em ásperos e fugidios momentos, numa breve infusão de frescura e nada em particular.
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