sexta-feira, julho 30, 2010
Frustração
Abandalham-se as feições, evitando as concordâncias como de quem foge de chuva. Desonram-se os mínimos movimentos e respirações, os compassos minuciosamente contados e ditados, os tiques e os flashes. A mínima semente de fraqueza entorna-se em ventos empoeirados, uma densa camada de fumo sobrevoa cada olhar, numa indecência comunal a quem lavrou estes trilhos espezinhados. São pobres os forçados a debater a mesma questão, aos mesmos marcadores que se difundem pelas entranhas do solo. Afagando as cinzas dos que não sustiveram o frio gélido, continuam. Esta simples crença foca-se na despedida da estranheza que nos enterra na calamidade da indulgência. Ficamos, assim, uma vez mais, sentados e acompanhados pelas marteladas e pelas embirrações dos instrumentos de sopro, na plena consciência do desperdício de tempo que nos incha as veias, que nem a melodia consegue acalmar tanta sede, tão pouco a frustração que nos corrói.
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