quinta-feira, fevereiro 25, 2010

O protesto continua proeminente enquanto me lamurio pelo asfalto. Por hoje entrego-me ao misticismo da terra para mais tarde saquear na dignidade uma outra conjuntura mais ou menos aprazível à que certamente me aguarda …

domingo, fevereiro 21, 2010

Solo

Saí sem sentir odores, enviesada a Língua esmorecida no pesar de uma menor ilegalidade: a maior detenção. Largava o pulsar de quem me esbarrava a entrada no largo da incoerência, maldições contraditória são justapostas em folhas vegetais que me tingem a tinta, entre vazios rios que me incarnam o nascimento. A expectativa escurece e decorre pela sinuosa viela, abstêm me o puritanismo modernista, a fuga e a permuta conjuram verdades com seda. Um prelúdio entoa-se em três cordas e pede uma passagem, repugnando-me a destreza de fugir pelas paredes. Entrelaço uma perna no arco que me compõe, recuando até ao meu pé, saltitante de mais para um outro olho, desarmando a minha liberdade, desenrolando-se em graus. Uma pródiga mão interpela-me, mostrando-me caminho para o dissimulado, agarrando-me os joelhos numa dança sofrida, quase que obrigada à sua morte, forçando a circunvolução dos cotovelos, evitando a rota já pisada na fragmentação da atmosfera. As piruetas e movimentos circulares de uma recuperação quase motita, embora saudável actua numa definição de doente desvalorizado pelo seu âmbito e prevalência, enraizando-se em tons de ocre, destruindo espaços. A impetuosidade desenrola a perdição, decaindo-me na terra estéril, empunhado objectos reais, apenas dúbios e incobráveis na árida extensão que teima em povoar.

Quando o tamanho me pesa, sou grande no meu caminho.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Cânone

É, talvez, o medo de florescer na recíproca singularidade de um outro, não especificado. Uma renascença à descoberta do nostálgico, enfurecedor medo de desprezo, enquanto Jorgf adormece num lavadouro de lágrimas de outros seres etéreos que nos sobrevoam a nuca, novamente resguardados da chuva. Muitos a seguem, os bombardeios de palavras pobres de valor, refasteladas de abusos de poder. Imunidade, isenção prerrogativa vista nos milhões de átomos que nos consomem como estéreis seres que somos. ‘A desculpa jamais se ocultará no teu capuz perpetuamente, Jorgf. Nem mesmo a bolacha que teimas em profanar o consegue...’.
Uma impotência de se mascarar de popular desprovido de carga sobe-lhe às maçãs, encarregando-me forçosamente de furtar a inocência e ingenuidade da minha franqueza para desenhar a sua nas palmas das mãos.