Percorrias esta armadura em busca de uma congregação de juízos de facto puramente extasiantes de uma bravia cegueira persistente. Accionavam-se mecanismos, e quando rodas roçam no caloroso pêlo, um rugido traduz-se uma solução vaga de realismo. É uma mútua inversão de personalidades em sonetos ensaiados. ‘É aos músicos que devemos as veias.’ Desmanchavam-se girassóis enquanto alguém corava, os sinos abrandavam o ritmo cardíaco, ecos de choros revelavam-se harmonia, fundia-se vento em perfeição de sopro…
‘E que eu nunca fui muito de exultações, também nunca foram muitas as que escoltaram.’
Graves objecções adoeciam a visão, clarões recitavam de madrugada pedidos de atenção. ‘Enquanto fugias para o seu interior, deixando de saborear, era isto que desejava em vão, espaço vazio revelava-se sóbrio de expressividades pomposas numa confusa disposição de candeeiros e tapetes, ao fundo avistava-se uma portinhola de largura adelgaçada e semelhante à própria. Esboçando acres sorrisos, há entretela confrontava o cínico distinto, porém alerta. Zumbindo ânsia exteriormente. E por dentro, a hidráulica despoleta organismos destrutivos no seu vácuo mais ingénuo, no vazio mais faltoso, no mais casmurro. Preces imensas não se despediriam do moinho sem qualquer prejuízo.
Quando por detrás da porta gritam sorrisos pomposos, ele -o inócuo - contrai-se, encontrando-se só preso a uma especiaria total.
‘Quem não perder sentido não encontrará razão’.
segunda-feira, agosto 31, 2009
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2 comentários:
gosto imenso da tua proesia. lembra-me herberto e fiama hasse.
mas pergunto-me onde lhe encontro o fim, o objectivo? o que pretendes?
não o disse por mal, mas fiquei paranóico com citações por causa do mestrado...lol
concordo quando dizes que a escrita é elemento apaziguador. mas também é caos e dor.
ainda assim não falei em confusão. não disse que a tua escrita é confusa. parece-me é que tem mais "meta" que "narrativa", o que não é bom ou mau necessariamente, mas torna-se mais difícil encontrar-lhe um objectivo específico (que talvez nem tenha). o meu apaziguamento é encontrar uma razão em tudo.
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